quarta-feira, 2 de março de 2011

Ouço agora Loreena Mckennitt. É uma viagem ao nosso interior.
Estou estudando, mas o pensamento veio aqui no blog, resolvi desabafar.
Como pode sentirmos saudades daquilo que não vivemos? (não?). Estou sentindo...
Sou uma mulher, uma “árvore-menina”. Desejos, anseios, sonhos, fantasias... Choro, risos. Lágrimas... De dor e de MUITA alegria.
MULHER... Leoa que protege a família, mata e morre por eles. Se necessário, passa fome por eles. Conhece o céu e o inferno; a noite e o dia. Ama incondicionalmente, a vida não termina aqui. Tudo é só um instante terreno.
Arruma-se para a luta e vai trabalhar. Põe sua armadura e vai enfrentar outras leoas... Outras mulheres (mulheres se enfrentam).
MENINA... Quando se reencontra dentro dos diários, das gavetas da mente, e sonha. Quando se pinta, e admira-se, sorri de si própria. Quando, longe de todos os olhares, rodopia frente ao espelho, fala consigo, faz caras-e-bocas. Quando abraça seu “sapão de pelúcia verde” e dança “Iolanda”, o acaricia como a um ser vivo (acariciar um sapo? Rsrs). Menina...
“Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou.”

Maria de Queiroz                        

Amo essa poesia. Ela diz muito do que sou.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Há dias não entro aqui, ando desanimada. Falando assim, parece até que minha vida é só desânimo, não é? Mas, acreditem, não é não. 
Gente,acordem! A vida é feita de transtornos, doenças, distúrbios, acidentes. Aqui nesse planetinha não é lugar de felicidade eterna, não! A diferença está nos que lutam. Por vezes perdem, por vezes ganham. Há momentos felizes, muitos! E devemos aproveitá-los como nunca, fazendo amigos, apreciando toda essa beleza que Deus nos proporciona em coisas tão simples, que muitas vezes passam desapercebidas. Quanto preconceito... Olhemos de perto, de pertinho, quem de nós é normal?!
Ah! Como já sofri com perdas sem explicações... É, eu sofro sim! Amo fazer amizades, amo VIVER, e de repente... As pessoas somem.
Há muita dor dentro de cada um de nós, e muito potencial para sermos felizes mesmo com todas essas dores também.
Qual a diferença entre VOCES e EU? Quando estou feliz, estou MUITO feliz. Quando estou triste, estou MUITO triste. Acho que a diferença está só em como mostro meus sentimentos, em como os vivo; na coragem que tenho em expor minhas emoções. Quando amo, eu AMO! Vivo o amor que sinto, seja por quem for, pelo ser que for, da forma mais intensa possível. Luto com todas as armas que tenho e adquiro, para manter protegido meu ser amado. Quando sinto raiva, EU MOSTRO! Não me escondo, nem quero mostrar uma fortaleza que não sou. Muitas vezes, as situações de desconforto, eu resolvo em confrontos, pois aí, ou “vai, ou racha”. Isso é ser anormal? Isso é repelente?
Não suporto uma única palavra em minha vida, HIPOCRISIA. Palavra essa, que vem recheada com todas as outras: Ódio, mentiras, dissimulação, terror, desrespeito, assim por diante.
Desejo com toda força do meu coração, que todos saibam o que eu aprendi à duras penas, que nos momentos onde visitamos o fim do poço, DEUS está lá. E que nos momentos em que a alegria parece que irá explodir nossos corações, DEUS também está lá. É só com Ele que podemos realmente contar. É claro que Ele permitiu que os homens descobrissem fórmulas que ajudam com que nos sintamos melhores, porém só Ele nos segura, nos orienta. O nosso frágil barquinho, que aparentemente nunca chegará ao seu destino, está sendo guiado pelo melhor dos comandantes. Mesmo em uma canoa furada, sem velas, com certeza chegaremos do outro lado.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Gostosa visita


Há dias não escrevo nada aqui. Não que estivesse pra baixo. Só não tinha ânimo para escrever, mas DEVERIA ter escrito algo, pelo menos, que minha amiga (ESPERANÇA) recupera-se muito bem a cada dia.
Hoje ela veio nos visitar, foram momentos ótimos, de pura descontração. E dançamos novamente Nat King Cole, porém sem música, o seu esposo estalava os dedos na batida daquela música... Foi muito bom, rimos muito. Tagarelamos como nunca, parecia que toda a vida não era suficiente para conversarmos. 
Relembramos fatos tristes e alegres. Analisamos o potencial de cada uma. Analisamos nossa amizade, tão... Sem puritanismo, sem cobranças. Uma amizade DESPIDA. Despida de preconceitos, de condições. Uma AMIZADE.
Hoje ela conheceu o blog, o qual eu falava tanto pra ela enquanto estava internada.
Tomamos uma sopa quentinha, isso já era acredito, 01:00h. E ríamos, como se o mundo estivesse acordado, ou melhor, sem nos importar com o mundo, pois só queríamos rir.
ESPERANÇA... Sabia que esse codinome cairia bem nela.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Hoje estou no "8". Sei que a qualquer momento poderei estar no “80”, mas nesse momento...
Minha amiga está se recuperando, já está até sorrindo.
Nesse momento, quero tanto pôr pra fora o que sinto, mas a impressão é que nenhuma palavra é suficiente para expressar meus sentimentos. São tantas coisas a serem ditas, mas os pensamentos não conseguem entrar em ordem. Está tudo aqui dentro, preso, sufocado.
Encontro certo alívio quando leio Clarice Lispector, ela expressa o que eu sinto e não consigo descrever, por isso a amo.
Por que tenho que pensar tanto? Analisar tanto? Questionar tanto? Isso é bom? Se for bom, por que faz com que soframos? Sofro por analisar as entrelinhas; por analisar os gestos e olhares, pois depois de analisar, questiono. E parece que questionar tanto, incomoda as pessoas. Fatos antigos vêm à mente. Ah... Eles podem até ter passado despercebidos no momento, mas com certeza eu os analisarei, questionarei e... COBRAREI.
Como conviver comigo? Nem eu mesma me agüento! Rsrs...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

REAGINDO

Não consigo por enquanto, deixar de falar na minha amiga.
Hoje o dia foi de esperança, renovação... Ela saiu da UTI, foi pra enfermaria. Imaginem, o que ela mais queria era só um banho... Um banho! Dei um gostoso banho nela, e um sorriso apareceu em seu rosto. Ela dizia:” Sinto-me suja... Estou muito suja...”. Era só o que dizia.
Depois desse momento tão especial, ela conseguiu sorrir quando a fiz relembrar de dias atrás, quando ela puxou-me pra dançar Nat King Cole. Ela havia recém chegado de uma internação psiquiátrica, ainda estava meio “grogue”, mas queria dançar... Mesmo assim, enquanto dançávamos, ela disse: “Queria morrer.” E eu achei que era uma frase corriqueira. Deu no que deu. Mas, agora ela está “voltando”, e espero que seu coração possa estar aberto para OUVIR Deus... SENTIR Deus.
Depressão...
Acreditem, não é uma forma de chamar a atenção!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

POR QUE?!

Conheço o fundo do poço, é muito triste lá. Vazio, cinzento, úmido, tem-se a sensação de que o ar não se movimenta, que as folhas estão paradas, o ar é pesado demais. Não há esperança lá. O tempo parece não passar. Por mais que estejamos rodeados de pessoas, nos sentimos completamente sós. As lágrimas são tão doloridas quando estamos lá, o coração parece que sangra, e acreditem, dói!
Graças ao nosso Deus, esse poço tem fim. Sim, tem fim! E quando conseguimos enxergar algo além da nossa tristeza, vemos que podemos subir novamente. É difícil, pois estamos enfraquecidos, mas a força vem, com certeza. Mas, precisamos pedir, pedir com fé. Colocarmo-nos em uma posição humilde, como nunca talvez, tenhamos sido, e procurarmos ajuda, então, Deus se mostrará pra nós em diversos rostos e formas.
Senhor, eu aprendi isso. Pelo menos, nesse momento eu tenho essa certeza. Mas por que, por que minha amiga não conseguiu enxergá-lo?! Por que?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Linha tênue

Ontem meu coração doía. Sentia-me esmagada, oprimida. A tão conhecida tristeza estava batendo à minha porta. Mas por quê?! Como saber? Intuição... Crise... Depressão me visitando... Só sei que doía.
A conhecida "voz" insistia em cochichar: "Vai lá! Vai ver sua amiga. Telefona!" Mas, infelizmente dessa vez não dei ouvido.
Agora culpo-me, pois nesse exato momento em que a "voz" me chamava, minha amiga resolveu tomar um coquetel de chocolate com 70 comprimidos, entre eles, sedativos e estabilizadores do humor.E não havia ninguém lá.
Ela chamou, clamou, ninguém ouviu.
Agora, uma linha tênue segura minha querida amiga ainda à essa dimensão.


" Vivo em constante guerra comigo mesma e
quem têm  vencido as batalhas, acaba sendo o perdedor. "

10.01.2011